Polícia conclui inquérito da morte de universitária atingida por ‘garrafada’ e adolescente vai responder pelo crime
Inquérito em MS foi relatado ao final do expediente dessa quinta-feira (19) e o adolescente será responsabilizado por ato infracional equiparado a homicídio doloso.
Por Graziela Rezende, G1 MS
A Polícia Civil concluiu o inquérito que apurava a morte da universitária Luana Farias de Oliveira, de 20 anos, atingida no rosto e pescoço por pedaços de uma garrafa de vodca que foi quebrada a poucos centímetros dela, em um baile funk, segundo a investigação. O adolescente de 15 anos, apontado como autor, vai responder pelo ato infracional.
“O inquérito foi relatado ao final do expediente dessa quinta-feira (19) e o adolescente será responsabilizado por ato infracional equiparado a homicídio doloso”, afirmou ao G1 a delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (Deaij), Ariene Murad.
Conforme Ariene, a investigação aponta que o adolescente pretendia executar uma outra pessoa. No entanto, com a “garrafada”, ele atingiu outra pessoa e ficou claro que o garoto tinha “dolo direcionado à vítima pretendida”.
Pedaços da garrafa de vodca que atingiu Luana — Foto: TV Morena/Reprodução
Entenda o caso
A polícia aponta que, no dia 3 de novembro, uma briga causada por ciúme resultou na morte de Luana, que passou pela confusão sem ter ideia do que estava ocorrendo. Em seguida, o adolescente foi identificado como o principal suspeito do crime.
“O adolescente estava com amigos e uma menina no baile, os dois estavam se beijando. O ex dela viu a cena e não gostou e foi tirar satisfação. Foi nessa hora que começou a confusão. Eles trocaram socos e empurrões. Em um determinado momento, o ex estava indo embora, mas o menor o perseguiu com a garrafa de vodca vazia e desferiu um golpe na cabeça do rapaz. Infelizmente, a Luana passava do lado quando isso ocorreu”, disse na ocasião a delegada Célia Bezerra.
De acordo com a polícia, os pedaços da garrafa atingiram veias importantes do pescoço de Luana, que foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Universitário, mas não resistiu aos ferimentos e morreu por choque hipovolêmico (quando se perde grande quantidade de líquido e sangue).
Na mesma época, o adolescente foi ouvido e liberado. Ele negou que tenha sido o autor da garrafada. Cerca de 20 pessoas também prestaram depoimento. As investigações apontam que o baile funk funcionava de maneira irregular, sem alvará e com apenas um segurança. Menores podiam entrar com bebidas e cigarros e sem passar por qualquer tipo de revista.
No Facebook, a irmã de Luana, Jéssica Farias, desabafou: “Ela estava tão feliz ontem que subiu de cargo no serviço, ia pegar folga hoje e queria comemorar”.
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